EFÊMERO

sou tema

eterno e onipresente...

Amor que preenche e salva

que justifica a existência,

a essência,

sou poema.

Você,

É memória passageira,

paixão que se esvai,

brincadeira de faz de conta.

No sopro de tempo, desfeito o sonho,

Você é um conto.

RAIO X

Sou uma eterna sinfonia,que as vezes beira desarranjo e as vezes
encontra harmonia.
Sou uma incógnita perdida nas palavras que foram aprisionadas nas
almas de qualquer livro.
Respiro entre as grades do céu,me afogo na liberdade do mar,não sou
pássaro nem véu.
Sou riso largado, expulsos de alguns lábios, traçando veias de uma
tragada melodia.

CORAÇÃO AMIGO

Pensar em um coração sem amigos é como

imaginar a vida sem o coração,esse autor dos sentimentos

que move o sangue nas veias,irrigando as células da minha

alma para fazer nascer o verde do meu sim,você,a semente

que da sentido a minha plantação de alegria e de sonhos.

UM OLHAR

Vejo diversas flores...

o vento balança as árvores...

sinto a brisa que vem do mar...

no silêncio continuo a olhar,

uma noite serena...

...me sinto pequena

buscando me achar...

e sair dessa minha janela cheia de grades.

ACASO

Fiquei surpresa com a minha reação ao te olhar naquela noite.

...coração oscilante

Levemente minhas mãos seguraram as tuas,

Os corpos dançando se tocaram,

...ainda sinto teu calor.

Mãos quentes, toque envolvente.

A tua ânsia na procura dos meus lábios,

tentei desviá-los, mas foi...

...Inevitável

A vontade de beija-la era maior que a minha timidez.

O calor de teus beijos despertou-me desejos.

...Incontroláveis

Desejo é de querer-te ainda mais

...Encontro casual

Presente do destino?

Sorriso de menina com um olhar sensual,

me pegou o desatino,

Restou foi a ânsia de vê-la novamente.

...o novo

é medo misturado a uma vontade do estranho.

Acaso....

....Destino

Foi Noite abençoada,de paixão desregrada que me encantou a beleza do hino...

...Felicidade!

SENTIMENTOS MISTURADOS

Vontade de viver coisas lindas,
me davam a certeza de que era sua...
Certeza na qual me perdi.

Pensamentos me confundem,
a insegurança se instalou, quando tentei destruí-la...
Tarde demais, me destruí..

E na certeza de um olhar que se perdeu pelo horizonte,
um destino se findou antes do inicio da estrada,
deixando apenas um sorriso tímido e um cheiro doce a espera de uma esperança de um dia poder te chamar de meu desejo.

ENTREGA

Entre lágrimas e no escuro do meu quarto só os pensamentos tomam conta...

Me afogo num copo de bebida na ânsia do sono vir.

surgem as lembranças...

Lembro...lembro de todos os momentos felizes.

Deixei que fosse...e minhas mãos cansadas te soltou.

Minha mente...atordoada!

Minha alegria perdida ficou...

E no escuro de novo...aguardava uma luz...

e como eu queria...que esta claridade fosse a sua...

Houve um dia que nos reencontramos

Houve…

olhares

sorriso

acaso

nós

poesia

Entrega

Houve...

Um nó na garganta ao lembrar...

Eu vi um rosto se escondendo demais.

Eu vi tudo acabar de repente.

Não houve tempestade, nem mesmo uma maré brava...sem olhar nos olhos tudo silenciou e se foi como uma maré vazante...

PALAVRAS

Quando não conseguimos mudar os fatos, precisamos deixar que eles nos transformem. Deixar que os problemas destruam um relacionamento onde existe amor, é subestimá-lo. Afinal o amor vence todas as barreiras. Enquanto houver sentimento é preciso encontrar qualquer alternativa, mas jamais desistir. Fale-me o que te afliges que eu terei mais cuidado para não perder o meu amor. Ouça-me falar das minhas queixas, mas não ache que sem você eu as terei sanado, elas apenas se tornarão montanhas altas demais pra que eu as alcance. E muito menos as receba como alguém que é infeliz ao seu lado ou que não pôde aceitá-la como é. Esta é só uma forma de lutar pelo que vivemos, é apenas uma preocupação com a qualidade de um relacionamento. Pois, quando aceitamos tudo, os momentos perdem o sentido e seria tarde demais para correr atrás. Meu coração apenas deseja você por inteiro não pela metade. Felicidade encontrei quando vi você e se hoje as feridas sangram não é por falta dela, mas pela dificuldade do caminho da vida. Minhas mãos são curtas e tenho limites, mas o meu desejo de te abraçar faz em mim nascerem asas. Se me quer não me abandones, querer a felicidade de alguém é lutar para em conjunto para construí-la, não poderia fazer sozinha tendo antes conhecido as forças. Minhas palavras são apenas palavras, mas eu só tenho a elas, e recorro-as para poder te provar que não irei desistir de lutar, pois acredito que jamais devemos desistir de quem amamos e farei o possível para continuarmos de mãos dadas, subindo as ladeiras da vida, em meio aos conflitos buscando o diálogo a cada passo, saber como estás e dizer como estou, pois só assim podemos nos entender e nos auxiliar a continuar caminhando juntas. Quando as dificuldades, o desânimo, o comodismo, o descaso, a falta de cuidado batem na porta, desistir é fácil, difícil é persistir. Mas só os que persistem encontram o verdadeiro sentido da felicidade.

CORREDOR

Uma certa vez, em uma das minhas idas ao mercado que ficava próximo ao prédio em que morava,me bati com uma colega do segundo ano colegial,que não via há um bom tempo. Paramos para conversar um pouco e fui logo perguntando :

- Oi Carla,como você tá?

- Oi Fau, quanto tempo! Estou bem e você ?

- Bem também...Me conte as novidades.

Ela empolgada me contou uma fofoca que me envolveu.

- Sabe a Paty? Acho que ela é lésbica!

Tomei um susto com sua desconfiança e ao mesmo tempo me vieram lembranças das brincadeiras da Paty na época de escola, sempre agarrando as meninas, passando a mão na bunda das amigas e pegando em seus seios de forma divertida. Tentei não transparecer, mas queria saber mais sobre o assunto.

- Porque acha isso?

- Ah!Porque nas férias ela estava comigo na ilha e após tomar um banho, voltei de toalha para o quarto e fui surpreendida com um olhar estranho dela sobre meu corpo. Fiquei tão agoniada com aquela situação que corri de volta para o banheiro para me trocar.

-Sério?

Não sei explicar,mas esse comentário me deixou estranha, comecei a me imaginar na mesma situação. Corri para casa, buscando a intimidade do meu lar para me permitir curtir a sensação de ser olhada com desejo por outra mulher. A ansiedade preenchia meu corpo me causando um gelo que dançava como onda em meu ventre fazendo-me desejar entrar em contato com a Paty. Essa curiosidade não me deixou esperar muito tempo. Assim que cheguei em casa peguei o telefone e liguei para ela.

Chamava, chamava e não atendia, e isso me deixava mais ansiosa. Resolvi ligar mais tarde enquanto pensamentos estranhos surgiram na minha mente,um calor estranho me subia ao corpo,um frio na barriga a cada vez que um pensamento me surpreendia... Passei a tarde toda sentindo seu beijo, seu corpo sobre o meu. Era estranho, mas estava me fazendo sentir diferentes sensações.

Era tarde quando peguei o telefone e liguei novamente. Ela atendeu!

-Alô!

-Oi Paty! É a Fau, lembra de mim?

- Claro que lembro. Que surpresa você me ligando.

Fiquei sem jeito com o comentário dela, mas não esmoreci e continuei.

- Preciso te contar uma coisa,mas só pode ser pessoalmente.

Ela sem entender nada respondeu rindo.

- Posso saber sobre o que é?

- Só posso falar pessoalmente mesmo, pode ser?

-Claro que sim!

Então marcamos logo um encontro no dia seguinte no quinto andar do meu prédio, onde o único apartamento encontrava-se vazio há muito tempo. Não tinha acesso ao imóvel, mas o pequeno corredor que o separava do elevador era praticamente um divã para mim. Perdi as contas de quantas vezes fui até lá para refletir sobre a vida, amores, além de matar aulas...

Estava lá a sua espera, encostada naquela parede fria defronte a porta do elevador. Meus pés batiam rapidamente no chão enquanto as minhas mãos frias, molhadas, se moviam inquietamente em conjunto com o balançar de minha cabeça que lançava olhares furtivos a minha direita e a minha esquerda. De repente, o elevador começa a subir, um frio percorreu as minhas costas até a minha nuca, a porta se abriu e me vi diante de uma bela morena, que mais parecia uma índia. Olhos levemente puxados, escuros, boca carnuda e exalava um cheiro delicioso.

Nesses segundos em que nos entreolhamos reparei também no seu modo de vestir, e adorei a sua blusa, uma pólo vermelha, que combinava com sua calça branca um tanto folgada.

Não sabia o que falar, o meu desejo de beijá-la era tanto que não conseguia pensar em mais nada. Com visível curiosidade ela começou a me indagar sobre o motivo do nosso encontro.

Fiz rodeios antes de contar o que estava se passando, isso a deixava matutando coisas. Até que não aguentei mais e fui logo direta:

- Quero te beijar!

A resposta dela foi um lindo sorriso que parecia mais um alivio.

- Mas porque essa vontade repentina?

- Não sei, mas o fato de saber que você é lésbica despertou um interesse em mim que nem sei explicar.

- Como sabe? – ela disse em tom de surpresa.

- Encontrei a Carla ontem, por acaso, e ela fez um comentário sobre seu olhar para ela quando estavam de férias na ilha.

- Putz, ela percebeu! ? – Paty deixou escapar seu comentário que não deixava mais dúvidas.

- Pelo fato disso ter despertado algo em mim, resolvi arriscar pra saber se isso realmente era verdade. Por isso queria conversar pessoalmente.

Paty me olhou incrédula, com tanta intensidade que parecia imaginar como seria saciar a minha curiosidade que tanto corroía os meus pensamentos. Ela começou a me observar minuciosamente, cada pequeno gesto que eu fazia.

Lentamente, com uma olhar sensual e envolvente ela foi se aproximando, mas assustada e confusa recuei.

-Calma! Isso é novo para mim.

-Não precisa ter medo.

-Não to com medo, só acho isso estranho.

-Se acha estranho por que sente tanta vontade em me beijar?

-Ah não sei, to confusa!

-Você quer?

-Claro que quero! Mas é que...

Ela sorriu e disse:

- Tenho certeza que você vai gostar.

Ela se aproximou, foi chegando ainda mais perto e lentamente foi em direção a minha boca.

Falei rindo e ao mesmo tempo assustada:

- Espere.

Respirei fundo encarei seus lábios:

- Agora...- disse suspirando.

Ela voltou a se aproximar, senti sua respiração contra a minha, mas levei imediatamente minhas mãos ao meu rosto afastando os cabelos lisos na minha testa puxando-os para trás tremula:

-Ai calma, eu quero muito, mas não to conseguindo.

Paty me deu um sorrisinho safado, talvez pensando que se dependesse dela, esperaria o tempo que fosse necessário, pois não poderia desperdiçar a chance de adicionar mais uma em sua lista de conquistas.

-Eu espero, minha linda!

- Meu Deus!Que coisa estranha.

Na minha cabeça passavam mil coisas que me faziam desistir. Lembrei-me da minha primeira comunhão, dos sermões dos padres, das conversas entre meus pais que diziam que isso era pecado me deixando totalmente confusa. Porém, naquele momento sentia que minha vontade estava à frente dos meus princípios. Meu desejo era pecar.

-Relaxe, você ta muito tensa!

Ela se aproximou, pôs as mãos no meu rosto, meus lábios a centímetros dos seus. Hesitando, abaixei um pouco a cabeça pondo a minha testa em seu queixo, respirei fundo até que finalmente encontrei coragem e pus meus lábios sobre os dela.

Nossa! Que frio na barriga, que tesão gostoso me batia quando sentia o calor do corpo dela se aproximando. Ela sem dar uma palavra, afastando seus lábios dos meus, beijou a minha face com tamanho cuidado que me deixou mais quente ainda. Encostou seus lábios e enfiando a língua no cantinho da minha boca, parecia que ia me absorver, me fazendo sentir sensações tão maravilhosas que jamais havia sentido antes.

Eu ria e não conseguia esconder tamanha felicidade:

-Nossaaaaaaa!!! Tinha razão em falar que eu iria gostar.

Uma euforia tomou conta de mim, senti-me mulher, despertando assim minha ousadia e me fazendo tomar as iniciativas .

A boca pegando fogo, o suor pingava no nosso rosto - estava calor- meus lábios deslizando na sua pele. Tirei a blusa dela e enlacei seus seios fartos com minha ousada língua e comecei a sugá-los como se saboreasse uma suculenta manga rosa. Minha mão percorria as partes do seu corpo suado e quente me enlouquecendo. Percebi o zíper da calça dela já aberto, a minha saia parecia mais uma blusa. Senti pelo arrepio do seu corpo o choque entre o piso de mármore frio e a quentura do seu corpo abaixo do meu.

Eu não me reconhecia, mas estava tão excitada que só pensava em fazer tudo que havia imaginado. Paty oscilava suas expressões entre surpresa e prazer. Quando não me contive mais penetrei sua vagina com o meu dedo, ela se contorceu e me pediu para enfiar mais um gemendo no meu ouvido bem baixinho. A cada movimento me pedia para ir mais rápido. Ela rebolava e gemia como louca deixando a minha mão e minha calcinha completamente molhada.

Murmurando coisas obscenas, fazendo caras bem sensuais...Gemidos incontroláveis tomando força,o rebolado no suor ainda mais rápido,o beijo mais gostoso, coração disparado, vontade de gritar, rir e chorar ao mesmo tempo. Espasmos tomaram meu corpo e segundos depois o de Paty também.
Uma sensação de relaxamento foi me deixando exausta.

Depois de alguns minutos de silêncio,ainda nos recuperando das sensações que nos tiraram o fôlego, Paty olhou o relógio e foi se levantando, beijando a minha testa sem dar uma palavra. Acompanhei-a até o elevador, apertei o botão e a observei, ela apenas me olhando sorriu, a respiração era o único rumor entre nós. Quando chegamos ao térreo deparamos-nos com o corredor que levava à porta de saída. Ela caminhou sem olhar pra trás. Estranhei a sua atitude, mas inerte apenas a observei, foi-se no vazio percorrendo o corredor, suas costas sumindo era apenas uma sombra no passado, me deixando ainda com o gosto de sua pele e com a sensação esquisita de ter sido abandonada.